sábado, fevereiro 26, 2005

52. "Desgostos fazem mal ao coração"
Sábado



Desgostos fazem mal ao coração assim é anunciado, na edição desta semana da Sábado, entreabrindo a porta ao tema, inicialmente, abordado no New England Journal of Medecine.

Os desgostos de amor, a perda de familiares queridos e outros choques emocionais (um ataque de fúria por exemplo) podem desencadear sintomas semelhantes aos de um ataque cardíaco.

Fala-se do Síndroma de Coração Partido como é designado pela equipa da Universidade de Johns Hopkins, responsável pela pesquisa. A notícia, que agora nos chega, elucida-nos sobre o tema demonstrando-nos como a libertação acentuada de hormonas como a adrenalina e a noradrenalina, responsáveis pelo vulgarmente intitulado stress, reduzem o fluxo de sangue para o coração. Os sintomas denunciados são falta de ar, dores no peito ou batimentos cardíacos irregulares. No entanto ao contrário do enfarte este síndroma é passível de não deixar sequelas.
O mais cépticos poderão não acreditar mas, certo é que, fica desta forma confirmado que o coração, mais que o motor central do nosso corpo é também a morada de todos os sentimentos.

Lendárias histórias de amor são referidas como exemplo, verídico, das inerentes alterações que o síndroma, recém descoberto, provoca na vida dos seres humanos.
Quem não recordará este ou aquele enredo em que por um qualquer desgosto de amor alguém se entregar à depressão e ao isolamento.
Maria Callas, é sem dúvida um deles, muito bem retractado no filme Callas Forever, com Fanny Ardant e Jeremy Irons sob a direcção de Franco Zeffirelli.
Outro exemplo, que nos chega, mais que de boca em boca ou através dos livros de história, é aquele que María Pilar Queralt del Hierro nos relata no livro Inês de Castro.
O amor adúltero de D. Pedro levou-o a constatar o sabor amargo do desgosto e a ver os seus dias moldados pelo sofrimento de perder a sua amada. Da Quinta das Lágrimas ficou a lembrança dos momentos mais felizes e de D. Afonso IV a imagem da mão infame que ousou ordenar a execução daquela que viria, anos mais tarde, a ser aclamada Rainha de Portugal.

Duvidar para quê?! Exemplos serão desnecessários se num momento de reflexão se recuar até este ou aquele momento das nossas vidas... O coração bate sem compasso, apertado no peito enquanto a angústia parece não caber dentro de nós... A tristeza envolve os sentidos e o mundo parece desabar. Quem não sentiu já isto?!

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