sexta-feira, julho 22, 2005

92. Crónicas...

Será a vida injusta!? A mim, sempre me pareceu que não... mas, então, como se explica que um inocente seja assassinado, ao virar da esquina, sem qualquer motivo aparente que não o estar na hora e local errado?! Ou que aquele outro ser que sempre teve uma vida saudável se veja, inesperadamente, atado a uma cama porque um cancro de que é portador assim o exige?! Ou...
Há anos que defendo que temos a vida que fazemos por ter... Uma ou outra vez esta convicção foi abalada no entanto, apesar dos vários ataques, persistiu até há dias. Agora... passei a acreditar que somente se controla meia-dúzia de condicionantes. O resto... Sabe-se lá...!! Será obra do acaso!! Um acaso que pode ser de uma tenacidade atroz, devastadora que nos arrebata a esperança e a serenidade. Não me quero dar por vencida. Nego-me a afastar o olhar do fundo do túnel onde, ainda, vislumbro o rasto de um raio solar. Esta teimosia poderá parecer infantilidade, ou imaturidade, ou ilusão... mas se deixar de acreditar é morrer eu prefiro crer no pontinho cintilante que mais adivinho do que contemplo! Porque não o havia de fazer?!
Volto a folhear o caderno já muito manuseado e releio cada uma das palavras escritas ao despontar da noite. Desta vez, não era mais um conto, uma crónica, uma simples opinião ou um poema, mas uma carta. Sim!! Algo tão simples como uma carta... escrita a um ente querido. Provavelmente nunca será enviada... Ninguém a lerá. Nem sentirá a textura do papel, o seu cheiro característico. Nem se comoverá com cada uma das suas palavras. Ainda assim, a emoção que delas brota é tão intensa como o cheiro a pinho que tantas vezes senti entrar pelas narinas... quando ainda menina corria pela serra remexendo a caruma para procurar tortulhos. Tantos foram os anos que passaram desde então, tantos dias desperdiçados na azáfama da cidade, tantas vezes adiada a visita...
Porque só nos lembramos de tudo isto quando o negrume da noite parece bater à porta?! Porque nos esquecemos de dizer o mais importante?! E nos tornamos tão egoístas?!
Será fraqueza dizer "gosto de ti"?! A mim, sempre me pareceu que não... mas poucas vezes o disse... Urge, agora, fazê-lo, esperar que não seja tarde e que não seja só eu a acreditar que amanhã nascera um novo dia, melhor que este, certamente!

quinta-feira, julho 14, 2005

91. In Kulto ao Campo das Cebolas

InKulto... será quem, este verão, não (re)descobrir o bonito espaço situado, nos números 4 a 4c, na Rua dos Bacalhoeiros ao Campo das Cebolas. O edifício que albergava o extinto Galloping Hogan’s serve agora de porto de abrigo a todos quantos se deixarem seduzir pelo recém inaugurado bar-restaurante.
Carlos Rocha assume a gerência acompanhado por Olavo Bilac na direcção artística e Marina Santiago como relações públicas.

Aberto ao público desde 16 de Junho apresenta uma decoração que conjuga, com sublime perfeição, as linhas medievais do edifício com mobiliário moderno. Dos móveis escuros que outrora lhe adornaram os recantos e que tinham sido importados da Irlanda pouco restou. É verdade que eram verdadeiras obras de arte, mas o novo rosto surge consideravelmente mais arejado, menos taciturno e com um incontestável bom gosto. Como se poderia evitar concluir que a mudança foi positiva?!
Tons de amarelo, vermelho, castanho e preto fundamentam ainda mais essa constatação, na medida em que dão ao espaço uma nova dimensão, romântica e acolhedora, sem desprezar o espírito de festa que por lá se pressente.
Desde já, promete ser um dos futuros espaços “in” da bonita capital portuguesa.
Da conversa com Marina Santiago ficou a saber-se que o primeiro piso se mantém a funcionar como restaurante, com horário alargado até ás três horas da madrugada. O rés-do-chão, o bar, encerra ás quatro horas e é precisamente aqui que acenta o trabalho de Olavo Bilac.. Diariamente, o In Kulto apresentará música ao vivo, teatro, stand up comedy e exposições.
Como o diz MS “estamos a começar...” mas já se antevê o brilho mágico das noites bem passadas, num ambiente verdadeiramente cativante como o é, também, a simpatia do staff.

Um sorriso, um discurso alegre e profissional, um magnifico café e uma decoração soberba... quem não os apreciará?!

In Kulto... Inculto?! Nem por isso! In culto!

Recomenda-se uma visita! Adira ao culto mais in da capital, aquele que alia bom gosto, espectáculo e um convívio, francamente, saudável.

In Kulto!!

In Kulto
Rua dos Bacalhoeiros 4
1100-070 LISBOA
(Campo das Cebolas, junto à Casa dos Bicos)
218862395
inkulto@sapo.pt