sexta-feira, junho 24, 2005

90. Eugénio de Andrade



Como se vence o amor?, perguntavas
o sorriso brincando ao sol com as romãs.


Como se vence a morte?, questionavas
o olhar atirado à vida com nostalgia,
num excelso esforço de quem já pouco acredita...
num desaire desmedido de quem, ainda, ousa sonhar!
Mas veio a penumbra,
O negrume atroz não desejado!
Foi-se o sopro vital
Que te sustinha neste mundo mui amado!
Fica, agora, a memória...
Refúgio de mil lembranças desta tua existência.
Perdura a força das horas contadas...
Com vigor e paixão,
As letras agrupadas...
Num poema, num soneto, numa simples estrofe,
Algo de concreto,
De mágico e eterno!
É verdade! Nenhuma onda apagará a sua marca da praia.

Os anos hão-de passar
E, do grande livro que é a vida, há-de ficar...
O registo fiel de uma relação
Luminosa, sublime, intemporal,
Um acorde poético,
De palavras interditas ou não
Mas que algures brotaram da tua essência
Com a fúria de um fogo intenso...
Com a calmaria que sucede a tempestade.

Eu sei... Tu sabes...
Muito depois de teres partido
a tua voz continuará a ecoar dentro de nós:

Boa noite. Eu vou com as aves...
num voo rasante e lascivo
sobre esta terra que amo e deixo...
com saudade e sem vontade!
Até logo... Até amanhã... Até sempre!!


(Singela homenagem ao poeta e ao homem. 13 de Junho de 2005)

sábado, junho 11, 2005

89. Férias...

Este cantinho não está esquecido apenas de férias.

Um beijinho a todos os que lhe dedicarem meia dúzia de minutos.
Maria