sábado, fevereiro 12, 2005

44. Beijar é um acto criminoso!




Hoje, já depois de almoçar, enquanto bebia um café, resolvi ler uma das edições nacionais de que sou habitual leitora.

Folheadas meia dúzia de páginas fiquei estupefacta... Por breves segundos imaginei que, por alguma malvadez dos deuses, tivesse dado um salto no tempo. Seria, 1 de Abril, o célebre dia das mentiras?!

“Indonésia proíbe beijos a não casados” um insólito do mundo que nos chega através das palavras de João Vaz, na edição do dia n.º41 da Sábado.

“O jornal Jakarta Post de domingo anuncia que revisão, em curso, das leis deixadas pelos holandeses na Indonésia inclui a proibição do beijo em público a pares não casados oficialmente e a possibilidade da polícia fazer rusgas a casas onde se suspeite haver pessoas em união de facto. O mais popular país muçulmano quer impor bons costumes com multas até 300 mil rupias (25.300 euros) e penas de dez anos de cadeia.”

Em pleno início do século XXI, numa época em que há países a debater a legalização do casamento homossexual e quem, no Canadá, tenha sugerido que as escolas deveriam leccionar uma componente curricular na área da educação pro-homossexual, eis que surge esta notícia!

Reconheço que sou uma pessoa conservadora (q.b.) mas, por mais que tente, tanto me parece ilógico que eduquem crianças com uma visão deturpada, de que “tudo é natural”, como se castrem as demonstrações inatas de amor.

O acto de beijar não será um condenável pecado ou algo sujo e feio, apenas porque não existe um contracto a legalizar a união de duas pessoas. Um mero papel, igual a tantos outros que assinamos ao longo da nossa vida... Semelhante àqueles que nos ligam a uma casa, um carro, uma empresa, ou seja lá o que for!

Será este um caso de impor bons costumes ou, simplesmente, o reflexo de uma mentalidade tacanha, retrógrada e nada inteligente?

Tudo isto leva-me a deixar a pergunta: Se eu beijar, em público, a pessoa a quem amar, serei pior pessoa?! Isso fará de mim um alguém sem valores ou valor?! Uma criminosa, tal qual assassinos disfarçados de políticos que, por puro capricho ganancioso, invadem um país e o submete a uma hipócrita política de genocídio, durante mais de duas décadas?

É chocante... não é?

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