127. Cumplicidades
O meu olhar flutua em ti,
Como uma carícia
Que apenas principia…
Num vértice oculto da vida,
Numa promessa velada e cúmplice
Que abarca, em si, tanto
de sonho como de realidade…
E se sobre a cidade desce a noite,
E se o tempo parece parar,
Ou se o coração ganha um novo ritmo
E as mãos se estendem…
Até tocarem a pele cálida,
Ou os contornos desse rosto…
Mais não digo:
Este pode ser o momento…
Agora olho na mesma direcção que tu,
Já não meço distâncias,
Tanto mais que ganhei um novo alento,
E não renego evidências!
Afinal, posso sonhar…
Rodopiar nas ondas,
Rir, sorrir com aquele encanto,
Canto da sereia, que nos seduz…
Como velhos marinheiros e nos atrai…
Um para o outro!!
Este pode ser o momento…