quarta-feira, novembro 08, 2006

119. Refúgio!

Pé ante pé,
Na suavidade da manhã,
Desço a calçada,
Um dia atrás de outro
Como se a minha vida…
Começasse amanhã!
E se hoje redescubro a magia,
Sem rasgos de nostalgia,
Da porta nunca fechada
Em que me revejo
Criança ou adolescente,
De riso fácil…
De coração aberto
De luz no olhar…
E não perco a doçura de amar
As pedras de granito,
As velhas muralhas,
O cheiro a pinho,
E aquele tão singelo grito…
Da ave que passa,
Da folhagem que se arrasta,
Do rio que me ultrapassa,
E se afasta…
Para onde tudo é vales e montes
E não fica esquecida…
A memória que carrego,
Com leveza
Desse meu pedaço de céu...
Recanto ou paraíso,
É porque existe…
O sonho encantado
Em forma de cidade… Refúgio!