domingo, abril 20, 2008

134. Dividida entre duas cidades…


Dividida entre duas cidades
Numa fuga que é regresso
Num regresso que é fuga…
Rasgou-se o coração em duas metades
Fruto de sonhos de outras idades
Que agora me parecem mais presentes
Do que realmente ausentes…
E se ontem a voz era murmúrio
Hoje é um grito que se solta…
Já longe, tão longe, do rio…
Mas perto, tão perto, dessa volta…
Que a vida dá como se fosse uma roda!
Cerro os olhos, inspiro o ar frio,
Rodopio sem sair do mesmo lugar,
Ou perder o norte ou o sul,
Certa de que não sei viver sem amar…
Essa terra e esse mar…
Opostos, distantes e tão assentes em mim!
Ficar ou partir será sempre perder
Um pedaço do que sou afinal!
Sucedeu pouco a pouco descobrir
Que a vida é mesmo assim…
Algo de que não consigo escapar
Sem deixar de acreditar e lutar!
Por mim, por ti
Mesmo que só depois de renascer…
Te possa voltar a abraçar…
Nessa terra que um dia nos viu…
Inventar uma história real de amor
Que o vento não conseguiu abalar!!
Dividida entre duas cidades
Numa fuga que é regresso
Num regresso que é fuga…
Rasgou-se o coração em duas metades…

Dividida entre duas cidades…