terça-feira, março 22, 2005

66. As pegadas do Sonho




Na bruma da manhã
Enquanto caminho,
Nesta busca incerta do amanhã,
Encontro-te sentado na areia húmida.
Lanço-te um olhar perdido em carinho,
Um sorriso enlevado,
E murmuro-te a confissão de uma vida!

Quem és?!
A ironia de um retracto renegado,
Que carrego nas entranhas...
Sem te dar forma física...
Ou um rosto, um nome!

Ilusões tamanhas,
As que me fazem renascer,
A cada despertar da aurora,
E ter da vida fome!
Fome de mim, de ti...
De nós numa junção plena do ser.

As pegadas ficam desenhadas na praia.
Segues-me...
Persegues-me...
Enquanto me pergunto se não deveria ser eu a vigiar-te...

Afinal... sou eu a possuir o sonho...
Ou é o sonho que me possui?!

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