domingo, dezembro 05, 2004

17. Relato de uma tarde...



Recostada na cadeira do Cup&Cino, uma coffee house, pertinho do Vasco da Gama mas longe o suficiente para não ser assaltada pelos compulsivos consumidores que por lá circulavam, resolvi-me, finalmente, a falar na primeira pessoa prostrando, por momentos, as criações que a imaginação fértil por vezes tem ditado e editado neste blog.
Hoje, depois de dias a fio, repartidos entre trabalho e mais trabalho, resolvi-me a dedicar o dia a mim mesma e a coisas, aparentemente, fúteis. Compras e passeio... completariam alguns exemplares da comunidade masculina do país!
Pois é... uma tarde inteiramente dedicada ao ócio, ao consumismo e ao egoísmo próprio de quem gosta de estar consigo mesmo!
Casaquinho quentinho, calcinha de ganga e sapatinho confortável, a indumentária perfeita para embarcar na passeata!
Primeiro, num belo percurso pela zona norte da Expo. O cantinho mais bonito do Parque das Nações e, precisamente, aquele que muitos lisboetas não conhecem.
Divertida a ver pais e filhos de bicicleta ou simplesmente numa amena cavaqueira... fui-me dispersando.
O presenciar momentos como aqueles fazem com que volte a ter esperança... e esquecer aqueles, ditos ciosos, que demasiado compenetrados no trabalho, em problemas existenciais ou atritos conjugais se esquecem do que envolve a paternidade e maternidade. Mas que digo eu?! Filhos não tenho... não me caberá, certamente, fazer juízos de valor!
Saboreei, por fim... o meu café e continuei por ali a deambular até que esgotado o interesse resolvi a enfrentar a fastidiosa multidão ou confusão, como queiram designar... do Vasco da Gama num fim de semana.
De loja em loja, fui comprando os primeiros presentes para os felizes contemplados, com a boa disposição de sempre.
Das raras vezes que parei para olhar os rostos dos que me circundavam constatei, com alguma surpresa, que os seus semblantes estão menos carregados, frios ou rígidos... é como se o espirito de Natal os tivesse possuído por inteiro.
Pena é que, apenas, nesta época se mostrem mais acessíveis e menos... arrogantes!
Mas continuando... Compras feitas, lá me lembrei deste pequeno espaço, de bom gosto e boa música, onde, distante do reboliço consumista, ainda impera uma calma sadia!
Quem não conhece o local... devia conhecer! Mas ainda bem que a sua localização não faz parte do horizonte do seu conhecimento, de outra forma eu teria, simplesmente, ido para casa a maldizer mais um dos espaços alfacinhas!
Como disse, aqui estou!! Feliz... contente... deleitada com o simples facto de ter comprado os primeiros presentes para aqueles que mais amo!
Poderá parecer uma tolice... ou um simples capricho da personalidade, este contentamento! Na verdade, é bom ter a quem oferecer presentes na quadra Natalícia... ou fora dela... não pela obrigação que a “etiqueta” possa exigir mas pelo simples facto de me mover a fazê-lo um sentimento real... mágico e muito especial: o Amor!
O Natal aproxima-se... há crianças que passarão a noite ao relento, velhinhos que não terão uma ceia... pessoas que nascerão... outras que morrerão... outras há que esquecerão as inimizades, os conflitos ou divergências... É inevitável que me questione se alguém se lembrará o que significa o verdadeiro espirito natalício e aquele que vai além de Dezembro?!

Surge, por fim, uma outra pergunta... inevitável e bastante simples:

Porque se esquecem as pessoas de amar ou de o demonstrar, os restantes onze meses do ano?!

2 comentários:

K disse...

hmm..parece que a minha amiga tem andado ocupada.E finaqlmente um texto na primeira pessoa...muito bem...gostei muito..

bj

Maria disse...

Alguns minutos passam da uma hora quando por fim me determino a escrever este pequenino texto...

Com alguma satisfação, leio e releio os comentários ontem editados e a ambos os meninos, que perderam um pouquinho do seu tempo (precioso e escasso!) para retornarem ao meu blog. envio um beijinho de agradecimento... Uma manifestação clara de afecto (amizade) que realmente sinto... na quadra natalícia ou fora dela!

beijinhos