terça-feira, dezembro 07, 2004

18. "A Noite do Oráculo" Paul Auster



Sentado numa redoma de vidro
avistas a vida que passa ...
enquanto tudo te ultrapassa
e apenas sorris... indiferente!

Que busca é a tua?!
Que verdade, nua e crua,
te sustém esse ar de quem sonha
mas que, afinal, se envergonha
deste mundo prostrado....
aos pés da delinquência!!

Recostado... no teu pedestal
Imune à violência
Levantas o nariz num gesto de impertinência!
E então?! Porquê esse franzir de sobrolho?!
Essa lágrima no canto do olho?!
Que não sentes,
nem pressentes?!

Tumultos, mentiras, fingimentos...
Insultos, iras, tormentos...
Vultos que sem rosto não reconheces
enquanto te recusas a sair da escuridão!
Tarda-te o sonho, não?!

Eleva a tua mente...
Abre os olhos!
Conquista essa verdade latente!
Mas vê por onde vais...
Há que perceber o que tens à tua frente!
O mundo é muito mais
do que o teu meio metro quadrado!

Onde fixarás a tua mirada
quando aqui... mesmo ao lado
se abeira de ti esta guerra camuflada
do bem e do mal...
Do certo e errado...?!

Remexeste, nesse recanto, por fim incomodado
pela realidade que te acerca...
Mas persiste no teu recolhimento hipócrita!
Iludes a contagem do tempo!
Mas que grande perca,
se afinal, nada recuperas de cada dia
Senão a egoísta hipocondria
própria de um insignificante parasita...

Que te impede de sair do casulo?
De um dar um pulo...
para lá da ilusão,
conquistar com o coração
a certeza de que a vida, mais que fantasia,
É poesia!?
Mais que alheamento... sentimento!
Mais que indiferença... presença!

Acorda,
que não há quem te atire a corda!
Faz-te à vida!!
E à essência que te corre nas veias!
Que cada dia é um entrançado de teias
onde mais que vencer ou perder...

Há que aprender a Viver!

1 comentário:

K disse...

Mais um texto fantástico da minha querida amiga....aproveito para te agradecer os comentários na "desordem"....tens noção que quando queres, consegues ser muito "caustica"?

beijinhos