domingo, abril 17, 2005

76. "Fiel ou Infiel" TVI



Ser fiel ou infiel é um tema que tem sido muito abordado. Há pouco mais de um mês foi divulgado na revista "FOCUS" (N.º 282, semana de 9 a 15 de Março) que a infidelidade tem causas genéticas e que quando a mulher procura parceiros extraconjugais pretende, desta forma, garantir os melhores genes aos seus descendentes.
Sabe-se que a infidelidade sempre existiu, que não é um problema do século XXI, mas o facto é que cada vez mais se constata o número acentuado de casos que se têm vindo a manifestar na nossa sociedade.
Da leitura atenta do texto publicado na referida edição fica a ideia de que a fidelidade é “anti-natura”. Será isto possível?! Para os mais conservadores certamente que não.
Onde se começa a ser infiel?! Quando se contempla alguém e o pensamento discorre de forma pouco abonatória para quem tem um relacionamento “estável” ou quando se dá aquele passo que leva à sua concretização física?! Para uns a traição tem início com o primeiro devaneio, para outros com o primeiro beijo, ou como alguns defendem quando o envolvimento se transforma em sexual.
Um investigador britânico do Hospital St. Thomas denúncia: 20% das crianças de dois bairros ingleses são fruto de relacionamentos extraconjugais, não sendo filhos dos supostos pais. Os dados apresentados são chocantes e levam à pergunta: Como seriam os obtidos se em Portugal se levasse a cabo semelhante estudo. Seriam idênticos, inferiores ou superiores?! Fica a dúvida.

“A traição é um acto de egoísmo. Na altura, pesamos os prós e os contras. E se vamos em frente é porque não gostamos da pessoa que está ao nosso lado.” Assim o disse alguém que já traiu. Mas se não se ama porquê manter uma relação?!

As perguntas vão surgindo enquanto poucas respostas se vão encontrando.

“Fiel ou Infiel” é um novo programa da TVI, emitido á sexta-feira. A ideia original vem do Brasil pela mão do apresentador João Kleber, filho de pais portugueses, oriundos da região norte do país e emigrados há algumas décadas naquele país.
A polémica instalou-se. Acusações são feitas e apreciações surgem nos media. O certo é que não se sabe o que é mais deprimente... se o formato do programa, com péssimos actores, se recordar a elevada percentagem de casos de infidelidade em Portugal ou o facto de haver pessoas, ditas inteligentes, que expõem a sua vida privada daquela forma.
Neste programa da TVI, como já é um hábito deste canal televisivo, explora-se ao mais baixo nível a condição humana sem qualquer tipo de respeito. Um respeito que devia começar nas próprias pessoas que se propõem a participar no teste.
Ser ou não infiel, ser ou não traído... é tudo uma questão de respeito, diálogo e carácter. Ou se tem ou não! Causas genéticas?! Não será antes a perda de valores, o stress, o egoísmo e uma acentuada leviandade no tratamento do mais íntimo dos sentimentos?!
Prefere-se pensar que este programa é mais um reflexo medíocre da deficiente personalidade que alguns (poucos, pelo menos assim se espera!) têm!

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