terça-feira, março 04, 2008

133. Raio de Sol


Desci a calçada de granito
Para entrar no teu mundo
Quiçá sonhar… no fundo…
Com a gaivota que solta o grito,
Com a imensidão que não vejo…
mas que subsiste no tempo do meu desejo!

Ousei um olhar ao rio…
O suspiro é profundo
E eu apenas sorrio,
Mesmo ali onde não avisto o mar…
E sustenho segundos que não confundo!
Deixa-me sonhar!
Não quero que digas nada!
Não preciso de qualquer palavra,
Só daquela sensação de ser esperada
Numa história onde nada lavra…
Que não seja a magia de sentir
Que não seja o não querer fugir
E, por favor, não sorrias…
Como quem adivinha pensamentos,
Como quem não os partilha!
Se antes, talvez ontem… o não sabias…
Hoje são outros os argumentos
De que reza a cartilha
E bem sabes que nada me detém…
Onde não quero estar,
Onde nada posso encontrar!

Hoje, desci a calçada absolvida…
Da redoma, do claustro, do cárcere,
Para inspirar o aroma a vida…
Como quem se liberta de tudo o que lacere
E o que poderia ser um encontro…
Foi tão somente um reencontro…
Daqueles que só os amantes mantêm…
Seja noite, seja dia,
Certos de que é o mais importante que têm…

Eu e tu…
A maré e o farol!
Um sorriso e um raio de sol…

2 comentários:

lamia disse...

A Primavera também se anuncia no íntimo de cada um, para fazer florescer os sonhos.

Anónimo disse...

Um raio de sol!
(Gaivotas em terra?!)
Ou o calor que se sente, a cada palavra, entre marés e passeios por uma calçada...

Olá Maria,

Umas palavras soltas mas de sincero gostar de estar por aqui.

Bem-Haja pelo teu sorriso; por me concederes o privilégio de conhecer e, de algum modo, fazer parte destes teus exercícios de escrita, por entre nós da Palavra, estreitando laços...

Beijinhos,
maria jose