terça-feira, fevereiro 21, 2006

113. As cores da memória

A tela em branco entorpece o sono.
Solta-se o corpo e a mente.
O pincel desliza sobre o linho
Com destreza e carinho.
Suspiro consciente...
Do irresistível fascínio que me submete,
A esta sede de vencer a realidade
E retratar o sonho.

Amarelo,
Azul,
Vermelho...

Nasce o velho,
O corpo dobrado, contorcido sem dor,
Num movimento estático
De quem sabe ter vida e cor!

Verde,
Laranja,
Violeta...
Insinua-se o perfume,
Flui pelo ar...
Até inebriar cada recanto da redoma
E me hipnotizar como um mago.
Rolo... enrolo a espátula e dou-lhe textura...

Preto...
Negro como carvão,
O chão frio de xisto.

Estendo a mão,
Cerro os olhos...
Imagino que não existo
E que a única realidade é aquela...
Um quadro multicolor cheio de vida
quase sinto o calor
Das chamas que do chão brotam

Se a morte o tivesse poupado
E não me tivesse roubado esse ser tão amado.

15 comentários:

Tino disse...

Hmmmmmm,se andaste a pintar eu quero ver o quadro!!! O poema está lindissimo!Um grande beijinho para ti miguinha fofa! :)

lena disse...

vim à janela e vi-te, numa tela de palavras cheias de cores

estendi as minhas mãos até tocarem nas tuas

lindo o que escreves sempre

abraço-te com muita ternura amiga querida

beijinhos meus Maria


lena

nspfa disse...

Não sei o que escrever...tenho medo de me tornar impertinente ao falar do poema quando existe no ar essa eventualidade de a Maria estar triste pela morte de um ser que tanto amava, tal como sugere a ultima frase.

Fazer a distinção entre a ficção e a realidade, nas palavras que a maria escreve, não é muito o meu forte. Por isso vou ficar por aqui e ficar tb a desejar que o meu receio seja infundado e tudo n passe de uma referência a algo muito distante e ultrapassado. Espero que compreenda o que disse.

beijinho amigo pa si

Tino disse...

Luís, put yourself to stick!!! A "bad Mary" if u don't doors well tás aqui tás a comer!eeheheheheheh É ficção pá!A Maria nem sequer tem periquitos!

Um beijo pa ti"Bad Mary" eheheheheheheheh

Maria disse...

Tino,
primeiro, primeirito... o poema tem algum tempo. Tenho pintado pouco ou nada nas últimas semanas. Mais uma vez falta de tempo impera por aqui. :)
Segundo, segundito... és uma peste e aposto que já assustaste o Luís. Depois a mázinha sou eu.

beijinho grande, peste!!

Filipe Lopes disse...

Bom jantar. Normalmente passo sem marca, aqui fica uma pegada.
Até breve.

lena disse...

uma palavra para ti doce Maria:

saudade!


beijinhos muitos querida amiga


lena

Silêncios disse...

Passei para ler...de vez em qd invado uns espaços desconhecidos...e aviso que vou voltar

Anónimo disse...

Ola! Maria
Á quanto tempo ...essa aparição anda fugidia ... o tempo ...o tempo ...esse faz de nós o que ele quer ...se nós nao fizermos dele!
Gostei ... fechar os olhos e imaginar ...
Bjinho Maria

lena disse...

Maria a saudade faz com que venha até aqui

reler e sentir-te por cá, no cheiro das palavras que escreveste

beijos muitos para ti doce menina

lena

João Mãos de Tesoura disse...

Memórias a cores... não são para todos!
Bjs

lena disse...

já é Abril, onde andas Maria?

beijinhos para ti

Daniel Aladiah disse...

Querida Maria
Estar por dentro dum quadro... imaginar que a realidade pode ser outra, não deixar de sonhar...
Um beijo
Daniel

Paz Kardo disse...

Olá Maria, o meu novo projecto com a minha nova editora parece ter mesmo a tua cara. Qual a minha surpresa quando pensei em vir aqui anunciá-lo e encontrei este belo texto que tem tudo a ver com o que proponho. Lanço um desafio a todos aqueles que gostam de criar pelas formas e pelas cores, nas telas, ou numa simples folha de papel. Consulta o regulamento em "Letras com Traços" em http://letrascomtracos.blogspot.com

Maria disse...

Depois de muitos (até de mais!!) meses sem dar um sinal de vida aqui fica um grande beijinho para quem aqui passou e um muito obrigada.

Maria