quinta-feira, julho 27, 2006

117. Considerações...

O momento é dedicado a algo tão básico como devaneios trazidos pelo quotidiano de um país que muitos apelidam de barco à deriva. Certo ou não, a verdade é que as remunerações auferidas para uma enorme percentagem da população estão além do desejado ou do suficiente para garantir uma qualidade de vida desejável.

Hoje, debruço-me sobre a velha questão: O que é qualidade de vida?! Será ter uma casa nova, um bom carro, vestir os trapinhos da moda, correr todo o santo dia, sem ter prazer com a actividade profissional desenvolvida, ou tempo para respirar?!
Mais grave sem tempo para estar com os que amamos e descansar o suficiente para não nos assemelharmos a cadáveres ambulantes?!

É verdade que sou apelidada de workaholic por meia-dúzia de pessoas, que saio tarde do trabalho e só depois de sentir que cumpri a missão, mas há contornos na minha vida pessoal que não gosto de descurar, como é o caso da família e dos amigos.

Recentemente fiz uma breve tentativa de conjugar dois empregos, um em regime de full-time e outro part-time, como obviamente só poderia ser. Inicialmente, afigurou-se simples, pelo menos até perceber que não tinha como contornar a questão de trabalhar todos os sábados, de tarde.
Vi-me, então a braços com algumas questões interessantes, já que passaria a dispor de um orçamento muito mais atractivo mas teria que prescindir das viagens a Castelo Branco e dos fins-de-semana com a família, de jantar convenientemente, de ler, escrever ou qualquer outra actividade que me desse prazer, para além de não conseguir manter a habitual produtividade atendendo a que estava excluída qualquer possibilidade de ficar além do horário para concluir este ou aquele processo.
O nível de stress a que me vi sujeita impedia-me de descontrair e uma hora antes de sair do primeiro emprego já a cabeça parecia o palco de uma furiosa tempestade, o corpo se contorcia em cãibras e o sorriso se tornava menos frequente. Em resumo, prefiro a ginástica mensal de gerir um orçamento limitado a perder o que considero elementos importantes da verdadeira qualidade de vida.

Tudo isto é discutível, baseado apenas na minha vivência pessoal, na visão que tenho da vida, e no facto de que um segundo emprego não se destinava a garantir bens de primeira necessidade, mas lanço um desafio... O que é para vocês qualidade de vida?!

segunda-feira, julho 17, 2006

116. Bicho raro!!

Fotografia: Maria Nunes

Há por aí
Quem diga que o amor
É bicho raro…

Há por aí
Quem lhe chame paixão,
Desejo ou alento…
Mas que sabem os loucos
Que não veêm mais que um corpo
Esbelto, suado, sofrêgo,
Uma máquina de orgasmos
Que lhes tira o folêgo?!

Há por aí
Quem sobreviva de espasmos,
Vibrações e ilusões,
Sem conhecer
Mais do que o bicho “mau”…
O bicho “mau”
Que não é sentimento
Mas, afinal, momento,
Fruto de instinto animal!

Há por aí
Quem diga que o amor
É bicho raro…

Há por aí…
Quem não perceba
Como é caro,
Como é sarro
Para se coçar,
Chamar nomes feios
A simples devaneios!!

Há por aí
Quem diga que o amor
É bicho raro…

E talvez o seja…
Bicho… Bicho raro!!

quinta-feira, julho 13, 2006

115. Sei... não sei... Sonhei...


O canto da garça
É o eco da tua voz...
Quando ao fim da tarde
Embacias o ar com a tua graça
E me deixas mudo.
E se hoje recordo,
E se hoje não posso,
Houve um dia em que não foi assim,
Mas tu deixaste-me partir
Ou se calhar quiseste fugir.

Refrão:
Já não sei,
Talvez nem queira saber
O que fui quando me tocaste...
Porque hoje sei...

Parece terem passado séculos
E foi ontem que o teu olhar,
O teu abraço senti envolver-me...
E se te deixei ir,
Sem deixar de sorrir,
Foi porque estava cego...
Tão cego!! Tão cego...
Talvez cego de amor e dúvida.

Refrão:
Já não sei,
Talvez nem queira saber
O que fui quando me tocaste...
Porque hoje sei...

Não há luar mais belo,
Nem praia mais linda,
Do que aqueles
Onde mora o meu sonho
Chamado… esperança.
Talvez os nossos caminhos,
As nossas vidas se cruzem…

Refrão:
Já não sei,
Talvez nem queira saber
O que fui quando me tocaste...
Porque hoje sei…

Sonhei… sei… não sei… Sonhei…

O desafio de escrever letras de músicas, lançado por um amigo deu alguns resultados, um deles aqui partilhado!