41. Canto e Castro: O senhor do Teatro
Canto e Castro, Ruy de CarvalhoRei Lear
Há dias, Fevereiro chegou, quase no mesmo instante em que o coração se contorceu e a mente se esvaiu em mil lembranças... Décadas de afincada paixão! Mil percursos em prol da cultura, da poesia, do sonho...
Há dias, a Basílica vestiu-se de luto e nem o frio impediu o comovido adeus... enquanto se relembrava a doçura da voz rouca, a magia dos gestos, a determinação que lhe era inerente.
A saudade, na hora da despedida e a sensação de perda abraçaram quem acompanhou, mais ou menos atento, o trajecto digno de menção na cultura nacional
Inumeradas as peças que ficaram por ver, os episódios a que não se assistiu, as críticas por ler, visualiza-se mentalmente a emblemática figura do teatro português. Ficam os registos de mais de meio século na memória de uns... na de outros, o carinho sincero de quem, mais do que a máscara, viu o homem; mais do que a personagem... a sensibilidade real de quem a encarnava.
Há dias, a noite desceu sobre a manhã
E a madrugada sobre o entardecer...
Lágrimas brotaram dos olhos anónimos.
Soluços invadiram o peito de quem recorda...
O amigo... o conhecido... o actor,
Esse grande senhor!
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