quarta-feira, junho 20, 2007

123. Ilusões


Lembro-me daqueles dias
Como agora adias acordar
E ver que “já” não estou onde gostarias!
E porque fui?
E porque a emoção “já” não flúi
No mesmo compasso frenético?
É tão fácil, tão ironicamente fácil ir…
Partir sem fugir,
Quando constróis do nada, o tudo
E o tomas como certo…
A vida, a amizade, ou o amor são muito mais
Do que um sorriso aberto,
Uma palavra trocada num momento incerto
Ou qualquer olhar partilhado a medo!
Lembro-me daqueles dias
Como páginas de um livro folheado,
Na fracção de um segundo,
Na curiosidade desinteressada do instante,
quando o pensamento está distante,
E as palavras se baralham na visão de outro ver!
Moldas a realidade ao sonho
Como se fosse um mero actor…
Sem considerar que para lá da imagem
Há uma frase vincada a marcar a margem…
O limite, o “basta”… de ser o que não sou,
De sentir o que não sinto,
De revelar o que nunca revelei!!
A certeza mora no fundo da tua consciência,
Arrasa-te a vontade de acordar,
Até de aceitar…
(“já” não estou onde gostarias!)
porque, dentro de ti, mais forte que o sentimento
é o intento desesperado da imaginação
de transformar a indiferença em coração!
E mais não digo!
Não consigo…
Porque mais não persigo que a verdade
Que me vem da vontade
De me igualar a mim própria…
Eu… que nunca te faltei com a sinceridade…

A vida, a amizade, ou o amor são muito mais!

Lembro-me daqueles dias
Como páginas de um livro folheado…