terça-feira, fevereiro 05, 2008

130. Olhares (sobre o rio)


Sem olhar para trás,
Sem ocultar o que a vida nos trás,
Quando te vejo, sorrio
E perco-me na profundidade do rio!!
Queimo por dentro!!
Só uma palavra tua,
Um pequeno esboçar de lábios
E já me sinto ir pelo mar adentro
Como se abraçasse a lua
E comandasse mil navios…
Tento ou intento manter a calma!
Nada do que sinto faz sentido
E menos nexo têm as palavras
Mas a culpa é desta minha alma…
Que se move num sonho perdido
E em terras que não lavras!
Sou como um animal selvagem,
Cativo da doçura do teu olhar
E de fúria libertada por ver cair o céu…
Que significa esta viagem,
Impossível de esquecer na minha fradgilidade?
Porque te deixo escapar
E cubro o coração com opaco véu
Que tinge de negro a verdade?!
Aqui estou, afogada em duvidas,
Dividida em duas vidas
Entre o ficar e o partir,
Como se afinal só quisesse fugir
Deste meu coração latino
Que me traz em desatino…
Porque me derrota o saber
Que o meu é também o teu… querer!!

Sem olhar para trás,
Sem ocultar o que a vida nos trás,
Quando te vejo, sorrio
E perco-me na profundidade do rio!!

O nosso rio...

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