sexta-feira, dezembro 31, 2004

26. Feliz Ano Novo!




A tarde avança sem, ainda, se vislumbrar os primeiros sinais do despertar da noite que marcará a passagem para mais um novo ano. Aguardam-se, expectantes, os novos dias... repensa-se no ano que findou e expectantes ansiamos pelos dias por vir!

Neste impasse do tempo, surge o momento em que nos recordamos daqueles que ocupam um lugar especial no coração e, enviamos um sem número de mensagens, efectuamos outros tantos telefonemos e respondemos a uma infinidade de emails.

Na rua as pessoas andam apressadamente enquanto realizam os últimos preparativos ou, simplesmente, tentam chegar, o quanto antes, a um qualquer lugar. Outro dia que fosse o seu semblante seria certamente carregado, dominado pelo stress da correria. Hoje, com a certeza de que em breve abraçarão meia dúzia de seres queridos ao som das doze badaladas, nada disso surge caracterizado nos traços dos seus rostos. É vê-los a sussurrar - Feliz Ano Novo- a todos com quem trocam meia dúzia de palavras!

As horas vão passando e, também eu, tenho que me apressar e enredar neste corrupio que a todos abraça... Resta desejar a todos que o Novo Ano vos brinde com o que de melhor a vida tem!

Feliz Ano Novo! Até para o ano...

terça-feira, dezembro 28, 2004

25. "Em busca da Esperança" Syrius


Syrius


Uma promessa suspensa no ar, um vazio por preencher enquanto se vai adiando amar...
Uma pergunta silenciosa que nos teus olhos se pressente mesmo quando sem os contemplar é a tua imagem que surge na alma ampliada!

Dava tudo para conhecer o teu sorriso e, afinal, adivinhar as mil quimeras... que te sei sentir!

Um projecto mundial, uma solidariedade dita infinita e, no entanto susténs esse ar, interrogativo e perdido no nada, como que a perguntar:
Consegues ver-me?!

A hora tardia da noite permite-me devaneios e imaginar-te a poder ser criança, na verdadeira acepção da palavra, com todos os teus direitos a serem fielmente respeitados!

Na verdade és uma entre muitas, aparentemente apenas um rosto, que tocou o ponto mais profundo da minha essência e dilui o pensamento até um estádio em que apenas existes tu!

Neste momento, raso de ausência, não consigo evitar fixar-te a mirada... numa vã tentativa de descortinar o teu ser!

Pudesse eu abraçar o teu corpo frágil e sorrir-te com a certeza de que amanhã o teu dia será melhor... e também eu me sentiria alguém mais capaz!

A realidade é por vezes cruel! Não basta dedicar-te meia dúzia de minutos de reflexão ou o calor da emoção que fazes brotar no meu peito; só a cooperação dos países e da população que representam poderá fazer surgir o fruto que almejamos,! Todos juntos... todos unidos, numa luta sem tréguas por um mundo MELHOR!

A quilómetros de distância, continuo a sonhar acordada, enquanto divido a minha atenção entre os teus olhos e as letras que proclamam os Objectivos do Milénio decretados pelas Nações Unidas!

Folheei as páginas... absorvi-lhes o sentido! Recordo noticias e mais que isso relembro que fazes parte dos milhões de crianças em risco, enumerados recentemente pela ONU.

Triste realidade esta que te abarca! Mais do que vítima da força da natureza que devasta colheitas e arrasa edifícios, és sujeita à maldade e comodismo do Homem.
Parecerei pessimista mas tal característica não faz parte do meu carácter ainda que, nesta hora perdida de um qualquer dia, encarne um estado profundo de cepticismo em relação ao teu futuro...

Não resisto a voltar analisar os contornos das tuas feições enquanto recupero as palavras e reconstruo as frases...

Uma promessa suspensa no ar, um vazio por preencher enquanto se vai começando a amar... e, de olhos posto no novo dia, se parte em busca da Esperança! A ESPERANÇA de um MUNDO MELHOR!

quinta-feira, dezembro 23, 2004

24. Feliz Natal!



O murmúrio das vozes chega até mim por entre o som dos carros que passam lá fora e entre o roufenhar da máquina de café... O tema?! Esse, todos o conhecemos: Natal!

É então, aqui sentada no café do costume, tão pertinho de casa que me basta atravessar a rua, que começo a escrever aquela pretensa mensagem de Natal!
“Meia dúzia” de palavras destinadas aos amigos... a conhecidos ou ainda, a desconhecidos que por algum acaso acedam ás singelas páginas do blog recém criado!

Como todos os anos rumarei à cidade que há 30 anos me viu nascer e confesso-me culpada! Talvez não me recorde de enviar um interminável número de sms... ou de fazer os telefonemas da praxe, pois este ano mais que o Natal, o aniversário da mana e de um amigo querido, também se há-de comemorar o Primeiro Natal do meu sobrinho! Um menino lindo com seis meses que me transformou numa tia babada!

Que me desculpem pelos jantares a que não fui, os cafés que não me foi possível tomar, as caminhadas que não realizei ou simplesmente os textos que não escrevi e as publicações que ainda estão por ler... porque, realmente, algo muito especial continua imperativamente a fazer-me fugir de Lisboa, um ou outro, fim-de-semana. A família!
Que quererei dizer com tudo isto?!
Talvez pretenda, apenas, desejar-vos tantas ou mais alegrias do que aquelas com que tenho sido brindada. Mais que isso... que nesta quadra tudo seja sorrisos afáveis, abraços sinceros, uma felicidade imensa... acompanhada de perto pelos entes mais queridos e aqueles que enxergam além da aparência e nos amam incondicionalmente!
Em resumo, e para não transformar a “meia dúzia” de palavras numa ode à família e ao Natal...

...desejo-vos a VÓS e à vossa FAMÍLIA o mais FELIZ NATAL!

quarta-feira, dezembro 22, 2004

23. Sina desgraçada...




Uma esquina que se dobra,
um avançar que se não logra!

Dedos despidos que não se sentem,
auguros que não se pressentem!

Luzes que se admiram,
sonhos que não se reconstruíram...

Amor que não se sente,
sentimento que não se consente!

Natal que se avizinha,
calor que não se adivinha...

Na imensidão da noite inóspita
há crianças que choram,
há velhos que tremem de frio...
há ceias que não se partilham,
solidão que não se atenua...
e o tempo não recua!

Percorres as ruas silenciosas,
durante um "breve" instante do teu caminhar...
Sabendo ter por tecto céu e estrelas...
que, afinal, não podes comtemplar!
Sina desgraçada,
A que te foi reservada!
Um pesadelo do qual não despertas
enquanto os pés descalços...
tacteiam as pedras da calçada
e te sabes tão sozinho no mundo
como um náufrago em ilhas desertas!

Nenhuma luz! Nenhuma esperança!
Apenas um contentamento descontente
de te saber vivo...
numa espera constante pelo negrume, que te abraça...
no momento em que o pensamento te ultrapassa!

Passo por ti, não te vejo!
Ou talvez não te queira ver...
tal como também tu não me desejas ter na tua mirada!
Ainda assim, sei que existes!
...que o teu coração, tal como o meu, bate descompassado!
Como eu usas máscaras...
e como eu... raras vezes abandonas a tua redoma!
Mas ao contrario de mim...
não terás uma família a olhar por ti
ou com quem partilhar o momento
e sorrir, ternamente, quando as doze horas badalarem!
A tua fogueira não terá chamas
e os teus presentes serão paralelos de granito!
A canção de natal que se acercará de ti
será tão somente o surdo grito...
da solidão... do frio... do abandono!
Nessa hora... não me lembrarei que existes algures...
mas numa outra... incerta no tempo a memória retornará!
E agora, que te digo isto,
sei-o!!
Haverá uma lágrima a espreitar o mundo,
uma revolta a crescer...
e uma culpa a ressentir-se
de anos a fio de alheamento profundo
desprezo absoluto...
desta consciência que tardou a renascer!

Procurarei por ti...
nas ruas despidas,
nos recantos mais escabrosos,
nas velhas casas rejeitadas até pelos fantasmas
ou, tão somente, no aconchego precário das pontes...
Espero encontrar-te!!
E poder, finalmente, dizer:

Não me esqueci de ti!

domingo, dezembro 19, 2004

22. Viagem...



A música envolve o ambiente da pequena carruagem e abafa um ou outro ruído que o doce deslizar sob o carris vai provocando.
Anoiteceu há instantes e para lá da vidraça que me reflecte o rosto pouco é possível vislumbrar... É assim que, sentada no confortável assento do comboio que liga a Beira Baixa a Lisboa, não resisto a pegar uma vez mais na caneta e rabiscar meia dúzia de ideias para os próximos texto a editar.
Vez por outra, impulsionada, pela música inspiradora solto o olhar e contemplo-me como se me redescobrisse a cada instante mas... mais que a mirada, solto o corpo e ali mesmo, no pequeno espaço que ocupo, sinto-me dançar... rir... como se o mais profundo do meu ser se libertasse irreverentemente!
Claro está que para o comum dos passageiros sou apenas uma figura solitária, serena e distante... muito comedida... sempre envolta em blocos, livros, jornais e revistas!
Nenhum indício desta euforia interior trespassa... Nenhum traço oblíquo que denote a paixão que se acerca de mim a cada despontar da alvorada.
Discretamente, a linha dos lábios volta a curvar-se algo trocista... com o seu quê de ironia!
O tempo urge... o senhor do tempo não espera e a noite avança... na mesma medida em que os pensamentos voam...
Crio, este e aquele esboço para um pequena critica... uma opinião fundamentada em mil pesquisas ou simples contos reflexos de histórias de amor não vividas porque o recato, a sensatez ou a simples censura própria o não permite... e ainda assim pareço ter presenciado cada instante de luxúria.
A imaginação fluí... enquanto as primeiras estrelas salpicam o céu e me acerco de Lisboa.
Retorno a casa... ao meu pedacito de paraíso (quase!) perfeito, redescoberto a cada regresso! Inevitável não sorrir e não sentir o calor invadir-me o corpo... É bom reencontrar o abraço sereno da almofada companheira de sonhos e pesadelos, confidências banais ou segredos com a certeza de que amanhã o sol voltará a despontar no horizonte!

quinta-feira, dezembro 16, 2004

21. "À Procura da Terra do Nunca" Marc Foster



A imaginação prodigiosa de um ser altera rotinas, gera paixões, amores, frustrações, delírios esporádicos ou não, com a estampa da loucura a sobressair ou, simplesmente, uma vaga de atentados à integridade física e moral. Por vezes, também ambição, determinação ou evolução! É assim na ciência, na literatura, no cinema... na política ou tão somente na vida.
O mesmo dispersar da alma que pode levar a um voluptuoso êxtase, um clímax audacioso que não se limita ao amor carnal, místico ou ao platónico, que vai além do Homem-Mulher, permite-nos, todos os dias, deparar com novos elementos que o comprovam sob os mais distintos disfarces.
Leonardo Da Vinci, Napoleão Bonaparte, Celéstin Freinet, Albert Einstein, até nomes como Adolf Hitler, que nos atinge sob a forma de um punhal cravado no ventre desprotegido, são exemplos de Homens que movidos pela imaginação nos fazem inquirir aonde nos poderá levar a dispersão dos pensamentos.
Também o cinema abraça com eufórica motivação esta questão e prova disso é o filme "À Procura da Terra do Nunca", a estrear nas salas de cinema nacionais a 30 de Dezembro.
Inspirado em momentos da vida do escritor escocês James Mathew Barrie (1860-1937) e realizado por Marc Foster retracta o período decorrido entre a primeira inspiração do escritor até à première no Duke of York’s Theatre.
Finding Neverland, no seu título original, foi inspirado na peça de teatro The Man Who Was Peter Pan, escrita por Allen Knee e é afinal a história de um homem determinado que desafiando o meio que o circunda, se envolve com uma mulher jovem, bonita, viúva e com 4 filhos. É do lado desta família adoptiva que reúne as condições necessárias para que desde o mais profundo do seu ser lhe provenha a inspiração criadora do herói "ficcional" que todos conhecemos como Peter Pan.

"Finding Neverland", o nome original daquele que é considerado o Melhor Filme do Ano pela National Board Of Review. Johnny Deep, Kate Winslet, Julie Christie e Dustin Hoffman os rostos das personagens. Londres, o cenário. James Mathew Barrie, o mote que nos faz questionar uma vez mais:
Aonde nos irá levar a imaginação?
Provavelmente a uma sala de cinema onde por momentos deixaremos que a alma se abstraía da realidade?!

À Procura da Terra do Nunca

segunda-feira, dezembro 13, 2004

20. "História Breve da Lua" A Barraca



A Lua, também designada Luna pelos Romanos, Selena e Artémis pelos Gregos, e outros distintos nomes nas mais variadas mitologias, é conhecida desde a pré-história e o único satélite natural da Terra. À sua volta histórias, simples contos ou lendas foram ao longo dos tempos surgindo; umas para explicar a sua trajectória, outras o seu brilho ou somente as manchas que a olho nú todos podemos contemplar.

Em Portugal, reza a lenda que, outrora, um homem já depois de ter sido avisado para não trabalhar ao Domingo foi cortar silvas. Deus castigou-o e determinou que passaria a viver na Lua para que todos se recordassem, eternamente, de que neste dia da semana não se deveria trabalhar.

A Barraca, uma Companhia de Teatro que cumpre, em 2004, 28 anos de ininterrupta actividade promove sob o tema da Lua uma peça infantil. Através da dinamização de um texto de António Gedeão permite, a pequenos e graúdos, descobrir que aprender pode ser divertido.

Estreada a 12 de Dezembro e em cena até Março de 2005, em Lisboa, é mais uma das provas vivas de que a lenda passou de geração em geração.

Esquadrinhadas todas, ou quase todas, as publicações em que figurou menção ao referido espectáculo apurou-se que, segundo o encenador Gil Filipe, a escolha do texto de António Gedeão justifica-se "Porque se trata de um poeta português que tem estado muito esquecido, porque o texto fala da aprendizagem e transmite aos jovens que aprender é divertido e dá prazer, porque alia de uma forma muito divertida a poesia à ciência e porque é um clássico infantil".

O enredo surge, no início, para relatar a lenda que corre, de boca em boca, desde tempos imemoriais e que serve, desta forma, de introdução ao verdadeiro objectivo, o de relatar, de modo recreativo, toda a verdade sobre as manchas da lua, como cresce, se enche, mingua e desaparece.

Para que tal se leve a cabo são introduzidas personagens que surgem perante o espectador sob a imagem de dois amigos - Jerónimo e Agapito, que com a ajuda de uma terceira figura fictícia - o Astrónimo, vão levantando o véu que esconde o mistério.

Um dos amigos defende a "teoria" relatada pela lenda, e o outro, mais racional e ciente da explicação científica dos factos, que esta não tem qualquer fundamento. A dada altura, encontram o Astrónimo que os irá ajudar a desvendar o enigma e perceber o que na realidade ocorre quando a Lua se apresenta nas suas 4 fases.

"História Breve da Lua" mais que uma simples peça de teatro, um instante de entretenimento ou puro lazer é um momento – diria - pedagógico em que novos conhecimentos se dão a conhecer aos mais pequeninos de forma divertida e inteligente provocando as suas gargalhadas e mantendo uma participação interactiva em todo o enredo.

Quem não viu... poderá ver!

Eu?! Pretendo, certamente, ver!


Informações adicionais:

TeatroCineArte
Largo de Santos, 2 1200-808 Lisboa
Tel: 213965360 21396275
Email: barraca@clix.pt www.abarraca.com

Horário:
Sábados: 11h30, 16h00
Domingos: 11h30

Bilhetes: 8.50 euros

Ficha Técnica e Artística:

Texto de António Gedeão
Encenação e dramaturgia de Gil Filipe
Música de Alberto Fernandes
Elenco Gil Filipe, Pedro Borges e Susana Costa
Cenografia, adereços e marionetas de Delphim Miranda
Figurinos de Sandra Pereira
Luminotecnia de Fernando Belo
Sonoplastia de Rui Mamede
Grafismo de Susana Marques
Carpintaria de Mário Dias
Produção de Rita Lello e Elsa Lourenço


Colaboração especial de:

Alunos do ATL do Centro Social e Paroquial de S. João de Deus
Alunos da Escola nº 154 de Lisboa
Alunos do Projecto Intervir da J. F. da Lapa

quinta-feira, dezembro 09, 2004

19. Marion Zimmer Bradley



Marion Zimmer Bradley dispensa apresentações se se recordar de títulos como "As Brumas de Avalon", "Filha da Noite" ou o ciclo "Darkover" ou, pelo menos, para aqueles que ao longo dos tempos têm dilacerando de lés-a-lés os seus livros numa ânsia incontida de descobrir o mundo fascinante que relatava.

Nascida em Junho de 1930, em Albany, nos Estados Unidos da América começou desde muito cedo, ainda adolescente, a associar o seu destino à expressão escrita.
Duas décadas depois do seu nascimento era considerada uma "escritora de sucesso fácil", literatura básica, geralmente associada a histórias de sexo e de mistério, publicadas algures em revistas de grande tiragem. Até aqui nada existia que fizesse antever o que o futuro lhe reservara.

Nos anos 60 e, abrindo horizontes que a sua determinação assim impunha, dedicou-se à produção de romances góticos. Foi nesta altura que começou, finalmente, a delinear-se o seu trajecto de forma mais sólida.

Com o sucesso alcançado obteve os meus necessários não só à sua subsistência mais indispensável como também, a necessária, para subsidiar um diploma universitário.
O tempo passou e a partir dos anos setenta a sua consagração mundial através do ciclo "DARKOVER", formado, hoje em dia, por mais de duas de dezenas de novelas e meia dezena de antologias de relatos, tornou-se uma realidade incontestável.
Actualmente, considerada um dos nomes sonantes da literatura mundial mantém-se indissociável à ficção científica.

A título de exemplo, e para que se entenda o seu valor, poderá ser relembrado que "As Brumas de Avalon", um dos maiores sucessos da escritora, esteve durante três meses na lista dos “bestesellers” do New York Times.

Marion Zimmer Bradley tornou-se ao longo do tempo um nome sinónimo de prestígio e uma das mais lidas no mundo inteiro. Mais que uma escritora norte-americana contemporânea, recentemente falecida (1999) é um ícone da literatura mundial que nos deixou mais de meia centena de livros aos quais deveremos reservar, pelo menos, a leitura de um dos títulos.

Sugestão:

Filha da Noite
Tambores na Noite
A Gratidão dos Reis
A Senhora de Avalon
A Casa da Floresta

As Brumas de Avalon - Rainha Suprema
As Brumas de Avalon - O Rei Veado
As Brumas de Avalon - O Prisioneiro da Árvore
As Brumas de Avalon - A Senhora da Magia

O Poder Supremo - O Círculo de Blackburn
O Poder Supremo - As forças do Oculto
O Poder Supremo - A Fonte da Possessão
O Poder Supremo - O Coração de Avalon

Presságio de fogo
Salto Mortal
A Senhora do Trillium
A Herdeira
A Queda de Atlântida

terça-feira, dezembro 07, 2004

18. "A Noite do Oráculo" Paul Auster



Sentado numa redoma de vidro
avistas a vida que passa ...
enquanto tudo te ultrapassa
e apenas sorris... indiferente!

Que busca é a tua?!
Que verdade, nua e crua,
te sustém esse ar de quem sonha
mas que, afinal, se envergonha
deste mundo prostrado....
aos pés da delinquência!!

Recostado... no teu pedestal
Imune à violência
Levantas o nariz num gesto de impertinência!
E então?! Porquê esse franzir de sobrolho?!
Essa lágrima no canto do olho?!
Que não sentes,
nem pressentes?!

Tumultos, mentiras, fingimentos...
Insultos, iras, tormentos...
Vultos que sem rosto não reconheces
enquanto te recusas a sair da escuridão!
Tarda-te o sonho, não?!

Eleva a tua mente...
Abre os olhos!
Conquista essa verdade latente!
Mas vê por onde vais...
Há que perceber o que tens à tua frente!
O mundo é muito mais
do que o teu meio metro quadrado!

Onde fixarás a tua mirada
quando aqui... mesmo ao lado
se abeira de ti esta guerra camuflada
do bem e do mal...
Do certo e errado...?!

Remexeste, nesse recanto, por fim incomodado
pela realidade que te acerca...
Mas persiste no teu recolhimento hipócrita!
Iludes a contagem do tempo!
Mas que grande perca,
se afinal, nada recuperas de cada dia
Senão a egoísta hipocondria
própria de um insignificante parasita...

Que te impede de sair do casulo?
De um dar um pulo...
para lá da ilusão,
conquistar com o coração
a certeza de que a vida, mais que fantasia,
É poesia!?
Mais que alheamento... sentimento!
Mais que indiferença... presença!

Acorda,
que não há quem te atire a corda!
Faz-te à vida!!
E à essência que te corre nas veias!
Que cada dia é um entrançado de teias
onde mais que vencer ou perder...

Há que aprender a Viver!

domingo, dezembro 05, 2004

17. Relato de uma tarde...



Recostada na cadeira do Cup&Cino, uma coffee house, pertinho do Vasco da Gama mas longe o suficiente para não ser assaltada pelos compulsivos consumidores que por lá circulavam, resolvi-me, finalmente, a falar na primeira pessoa prostrando, por momentos, as criações que a imaginação fértil por vezes tem ditado e editado neste blog.
Hoje, depois de dias a fio, repartidos entre trabalho e mais trabalho, resolvi-me a dedicar o dia a mim mesma e a coisas, aparentemente, fúteis. Compras e passeio... completariam alguns exemplares da comunidade masculina do país!
Pois é... uma tarde inteiramente dedicada ao ócio, ao consumismo e ao egoísmo próprio de quem gosta de estar consigo mesmo!
Casaquinho quentinho, calcinha de ganga e sapatinho confortável, a indumentária perfeita para embarcar na passeata!
Primeiro, num belo percurso pela zona norte da Expo. O cantinho mais bonito do Parque das Nações e, precisamente, aquele que muitos lisboetas não conhecem.
Divertida a ver pais e filhos de bicicleta ou simplesmente numa amena cavaqueira... fui-me dispersando.
O presenciar momentos como aqueles fazem com que volte a ter esperança... e esquecer aqueles, ditos ciosos, que demasiado compenetrados no trabalho, em problemas existenciais ou atritos conjugais se esquecem do que envolve a paternidade e maternidade. Mas que digo eu?! Filhos não tenho... não me caberá, certamente, fazer juízos de valor!
Saboreei, por fim... o meu café e continuei por ali a deambular até que esgotado o interesse resolvi a enfrentar a fastidiosa multidão ou confusão, como queiram designar... do Vasco da Gama num fim de semana.
De loja em loja, fui comprando os primeiros presentes para os felizes contemplados, com a boa disposição de sempre.
Das raras vezes que parei para olhar os rostos dos que me circundavam constatei, com alguma surpresa, que os seus semblantes estão menos carregados, frios ou rígidos... é como se o espirito de Natal os tivesse possuído por inteiro.
Pena é que, apenas, nesta época se mostrem mais acessíveis e menos... arrogantes!
Mas continuando... Compras feitas, lá me lembrei deste pequeno espaço, de bom gosto e boa música, onde, distante do reboliço consumista, ainda impera uma calma sadia!
Quem não conhece o local... devia conhecer! Mas ainda bem que a sua localização não faz parte do horizonte do seu conhecimento, de outra forma eu teria, simplesmente, ido para casa a maldizer mais um dos espaços alfacinhas!
Como disse, aqui estou!! Feliz... contente... deleitada com o simples facto de ter comprado os primeiros presentes para aqueles que mais amo!
Poderá parecer uma tolice... ou um simples capricho da personalidade, este contentamento! Na verdade, é bom ter a quem oferecer presentes na quadra Natalícia... ou fora dela... não pela obrigação que a “etiqueta” possa exigir mas pelo simples facto de me mover a fazê-lo um sentimento real... mágico e muito especial: o Amor!
O Natal aproxima-se... há crianças que passarão a noite ao relento, velhinhos que não terão uma ceia... pessoas que nascerão... outras que morrerão... outras há que esquecerão as inimizades, os conflitos ou divergências... É inevitável que me questione se alguém se lembrará o que significa o verdadeiro espirito natalício e aquele que vai além de Dezembro?!

Surge, por fim, uma outra pergunta... inevitável e bastante simples:

Porque se esquecem as pessoas de amar ou de o demonstrar, os restantes onze meses do ano?!

sábado, dezembro 04, 2004

16. Hábitos de Leitura:
Um problema social



Em pleno início do século XXI, numa época em que o expoente máximo da informação é a Wordl Wide Web, em detrimento dos livros "fisicos", deparamo-nos com uma crise acentuada, não só no mercado livreiro como também uma crise latente, pojante, ao nível da comunicação.
De um modo ou de outro, há uma minoria inconformada que se mantém fiel à sua paixão.

O cheiro a papel invade-lhes as narinas. As pontas dos dedos acariciam as singelas página. As pequenas palavras estimulam-lhes o pensamento. Sentados num qualquer lugar sentem, dentro de si, o eco das palavras, da literatura e dos conhecimentos aí retractados.
Pesa-lhes o elevado custo e a consciência de que cada folha é parte de uma árvore, algures abatida. Ainda assim, o velho fascinio está lá e motiva-os a persistirem no seu hábito.
A leitura continuada aguça-lhes a expressão oral e escrita permitindo-lhes uma melhor compreensão da informação, tal como, o acesso a um número vais vasto de vocábulos.

Os badalados hábitos de leitura, ou a falta deles, são sem dúvida alguma um problema social, afigurando-se, cada vez mais, indispensável que seja realizada uma conscenciosa reflexão e análise sobre o papel do livro na sociedade portuguesa!
Antes da revolução industrial, século XIX , uma ínfima percentagem da população tinha acesso a livros, muitas vezes considerados bens supérfluos e de ostentação.
Actualmente, apesar de ser reconhecido a todos o direito de saber ler e escrever, muito poucos fazem uso dele na verdadeira acepção da palavra.
Choca-nos a máxima enunciada por Salazar que referia ser suficiente aos concidadãos saber ler, escrever e contar, no entanto, retracta o actual panorama da população portuguesa. Segundo dados apresentados pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), relativos ao ano de 2000, cerca de três quartos da população adulta do nosso país apresenta níveis de literacia escrita baixos.
Ler um texto simples de um jornal, saber analisá-lo, ou interpretar um mero folheto médico por forma a saber qual a posologia adequada, são tarefas que poderão tornar-se, para estas pessoas, muito difíceis.

É incontestável. Hábitos de leitura promovem no ser humano um incremento de conhecimentos que elevam a sua capacidade de ler e escrever. O objecto desta constatação (hábitos de leitura) repercute-se não só a nível do desenvolvimento individual como também socio-económico. Assim sendo, justifica-se que a leitura e a eficácia da compreensão/transmissão de informação seja focalizada no contexto de uma política mais global de desenvolvimento cultural.
Mais que um problema do mercado livreiro, das bibliotecas, do sistema de ensino, é uma dificuldade que está, também, directamente ligado à prestação dos indivíduos a níveis como o profissional,.
É deveras importante todo e qualquer apoio e iniciativa desenvolvida no sentido de permitir à população o acesso à leitura, à divulgação de livros e eventos culturais como o teatro, o cinema, a música, as artes plásticas ou simplesmente a literatura...
Marques Mendes, em 2004, na sua intervenção, durante uma conferência organizada pelo Instituto Superior de Comunicação Empresarial e subordinado ao tema «Estratégia de comunicação para o País» referiu que "...o nível de desenvolvimento de uma sociedade não está no seu crescimento económico ou até no seu grau de progresso social. Tudo isso é decisivo. Até porque sem condições de vida não há verdadeira qualidade de vida. Mas o grande problema de uma sociedade - aquele que é estratégico, estrutural e estruturante - está no seu nível de cultura e de formação.
Daí esta pedrada no charco (... ) Pode não ser politicamente correcta. Mas é intrinsecamente séria, genuína e verdadeira. Quando vemos que Portugal tem elevadas taxas de audiência televisiva e baixos níveis de leitura - a começar pela leitura dos jornais (...) esta é uma das causas que pode conduzir à tentação da mensagem redutora. E dessa forma não conduz necessariamente à sociedade mais culta, mais crítica e mais madura que todos estamos verdadeiramente empenhados em construir."

Haverá outra verdade que nos motive mais à leitura do que o sabermos que ler, mais do que prazer, é evoluir?! Ou que delimitar-se o conhecimento a uma mensagem redutora é tão somente refrear-se o nosso desenvolvimento do próprio país?!

quinta-feira, dezembro 02, 2004

15. "O coração tem razões que a razão desconhece." Pascal



Palavras, atiradas ao vento na penumbra da noite,
Sentimentos errantes nas estradas não percorridas,
Partilhas por trocar,
Carinhos por revelar,
E afinal, simples memórias de horas não vividas!

Verdades escondidas nas esquadrias da vida,
Gritos surdos atirados ao vazio,
Correntes por romper,
Porquês por responder,
Somente imagens, frutos ilegítimos do ópio...

A contagem do Big Ben continua impassível...
A essência humana retomou o seu curso,
Como se cada segundo fosse uma mera ilusão....
Um fantasma desaparecido no meio do nevoeiro
Ou na manhã ensombrecida de um dia de Janeiro!

O que foi realidade ou simplesmente impossível?!
O que se transformou num mero concurso
De revelações e conquistas ou ocasionalmente paixão?!
Mágico sonho cruel, outrora mensageiro...
Agora, unicamente, despertar brejeiro!

14. "The life and loves of a she devil"
Fay Weldon

"O amor não é mais que o pressentimento de felicidade ou de dor."



Risos cristalinos, sussurros lascivos,
Ás vezes confidências partilhadas,
Outras, somente, gestos retribuídos,
Como quem na plenitude da sua essência,
No auge do encanto,
Se depara com desejos concretizados,
e... olhares embevecidos!

Olhos cerrados, o coração a desabrochar...
Solidão ausente, a tristeza prostrada!
Tudo é romance e nada dor!
Impera o sonho e a magia!

A mente divaga,
As entranhas incendiam-se,
E cada momento é um passo para lá da razão!
Há caricias que se ousam,
Loucuras que se cometem
E segredos que se revelam!

Tudo é volúpia...
Tudo é intenso...
Tudo é doce...
Mas mais que tudo é Amor! ... e Sonho!